domingo, 30 de agosto de 2015

Qual a campanha mais valorizada espiritualmente?

Ao iniciarmos nossos trabalhos de campanha do quilo, realizávamos, aos domingos, campanha de porta em porta. Alguns meses após o início dos trabalhos, fomos convidados pelo Sr. Fernando Mendes de Oliveira para realizarmos campanha em companhia de Elias Sobreira, que já estava com a idade aproximada de 70 anos e havia poucos legionários realizando campanha com ele.

Passamos a realizar campanhas aos sábados em favor da Casa dos Humildes. Essas campanhas eram realizadas na feira de casa amarela. Havia duas modalidades de campanha: uma de ponto - o legionário se postava em uma esquina e lançava o apelo aos pedestres; outra era a campanha de feira. O legionário abordava cada feirante e lançava o apelo de contribuição, que era atendido por doação de frutas, verduras, etc.

Atualmente, além das formas de campanha que citamos acima, pratica-se a campanha de sinal. O trabalhador da campanha permanece em uma esquina de rodagem de automóveis nas proximidades de um sinal de trânsito, como dizem os paulistas um farol. Quando os automóveis param o legionário do quilo aproxima-se do motorista e dos passageiros e lança o apelo em favor das instituições de caridade.

Nas campanhas de porta em porta arrecada-se prioritariamente gêneros alimentícios, nas campanhas de ponto e de sinal, prioritariamente dinheiro. Mas, em nossa forma de definir, todas são campanhas do quilo.

Do ponto de vista espiritual qual das campanhas é a mais valiosa? A resposta é, depende do coração e do comportamento do legionário. O que valoriza a campanha é a prática do amor fraterno com humildade.

A dinâmica da campanha de porta em porta, do ponto de vista do mandamento de Jesus - Ide e Pregai, tem a vantagem de levar as mensagens psicografadas por Chico Xavier e outras mensagens genuinamente espíritas cristãs aos lares... Isso mesmo aos lares. Nossas escolas de redenção.

Na campanha de porta em porta também, sem mesmo o trabalhador da campanha saber, abordam-se meretrícios (casas de alegria aparente e sofrimento oculto), locais de encontro de irmãos equivocados, enredados no crime. Pregamos o evangelho de forma discreta, breve a todos.

Na campanha de ponto distribui-se uma quantidade muito maior de mensagens. Estimamos que durante duas horas o legionário distribua 1.000 mensagens.

Nas de sinal o público contribuinte, em regra é o que tem as residências inacessíveis, em apartamentos que não se consegue abordar. Portanto, esse público, após a instalação de campanhas de sinal, passam a ter oportunidades de ajudar o próximo de forma desinteressada.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Dar o peixe e ensinar a pescar

A campanha do quilo nos traz lições surpreendentes: estava realizado uma campanha em favor da creche do Cenáculo Espírita Casa de Maria, quando encontrei uma senhora. Ela perguntou:
- Para onde você está fazendo esta campanha?

Respondi:
- Para a creche do Cenáculo Espírita Casa de Maria. 

Ela olho-me e disse:
- Sou feliz por ter participado do curso de corte e costura no Cenáculo. Graças a ter assistido o curso, hoje tenho uma fonte de sobrevivência. Agradeço muito ao senhor Nelson Assunção, por isso. Nelson Assunção era, na época, o presidente da instituição.

Diante dessa afirmativa, lembrei-me do meu tempo de juventude quando iniciei meus estudos espíritas. De fato, naquela época, havia cursos de corte e costura e de culinária no Cenáculo.

Lembro-me entretanto de ter ouvido críticas contra esses cursos por parte de um senhor.

Dizia esse senhor:

- Para que curso de corte costura ou de culinária no centro espírita?

 Naquele tempo não sabia o que pensar. Mas o encontro com aquela ex aluna me fez perceber que ensinar às pessoas a trabalhar e ganhar a vida com dignidade é uma bela, necessária e meritória ação.

Vale lembrar os comentários de Allan Kardec à lição de Jesus a respeito do óbulo da viúva:

Todo aquele que sinceramente deseja ser útil a seus irmãos, mil ocasiões encontrará de realizar o seu desejo. Procure-as e elas se lhe depararão; se não for de um modo, será de outro, porque ninguém há que, no pleno gozo de suas faculdades, não possa prestar um serviço qualquer, prodigalizar um consolo, minorar um sofrimento físico ou moral, fazer um esforço útil. Não dispõem todos, à falta de dinheiro, do seu trabalho, do seu tempo, do seu repouso, para de tudo isso dar uma parte ao próximo? Também aí está a dádiva do pobre, o óbulo da viúva.” - O Evagangelho Segundo o Espiritismo – Edição FEB – Cap. XIII “Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita”