Elias
Sobreira declara em seu livro “A Campanha do Quilo ou o Bom
Combate” que a Campanha do Quilo desenvolve o sentimento da
piedade. Lembra ele que em “O Evangelho Seg o Espiritismo” o
espírito Michel ensina que a piedade é irmã da Caridade que nos
conduz a Deus. Sem piedade não é possível, não é razoável
intitular-se cristão. O verdadeiro seguidor do Cristo possui a
compaixão pelo sofrimento do próximo.
Pode-se
afirmar que aqueles que padecem da ausência ou da insuficiência da
piedade poderão tratar-se por meio de frequentes ações em favor
dos necessitados, em contatos constantes com eles. O movimento da
campanha do quilo trouxe-nos não somente a ação da campanha, mas
também a oportunidade de visitar lares empobrecidos, pessoas
hospitalizadas, detentos e outros sofredores.
O contato
com a necessidade e a capacidade de ação benéfica que a campanha
do quilo promove, são estímulos ao fortalecimento da piedade, da
compaixão e da solidariedade.
A
Campanha do Quilo nos leva a prestar mais atenção aos sofrimentos.
Inicialmente passamos a entender melhor os sofrimentos
físicos, a fome, a nudez, o abandono, a falta de teto, a enfermidade, a prisão...
Aprendemos
que indiferença é fruto do endurecimento dos sentimentos e do
egoísmo. É necessário agir de modo contínuo para aliviar e mesmo,
se possível debelar as causas das dores, algumas vezes excruciantes.
Os meios
são indicados por Jesus – a prática do Bem pelo pensamento, pelas
palavras, pelas ações. A campanha do quilo é, portanto um curso de
evangelização prática.
Com o
tempo e à medida que intensificamos nossas participações em
eventos benemerentes, passamos a observar também as dores morais, o
remorso, a ignorância, a obsessão, os desequilíbrios do
sentimento. Constatamos que os agressores também são sofredores,
por causa mesmo de suas agressões – desconhecem o prazer, as
blandícias do coração proporcionadas pelas belas ações de amor
ao próximo, de benemerência.
O
trabalhador da campanha do quilo, com a piedade fortalecida dispõe-se
a alçar o próprio coração às dimensões em que o perdão é a
lógica e é habitual. Com o coração cheio de felicidade, portador
da fraternidade em mais elevado grau, não se perturba com as
ofensas; apieda-se até mesmo de seus agressores.