A piedade é o grande móvel dos
legionários do quilo. Segundo a parábola do bom samaritano o que
socorreu o homem caído foi aquele que foi tocado de compaixão.
No mundo em que vivemos, o sofrimento
material, a necessidade a fome, as duras provas do abandono, são
diversas vezes, visíveis para todos. Em muitas partes do nosso
planeta, pessoas pobres, sofredoras, algumas vezes vencidas pelo
alcool, pelas drogas, pelo desprezo dos familiares, estendem as mãos
e mendigam o pão cotidiano.
Crianças que poderiam ser nossos
filhos, nossos netos.... Velhinhos alquebrados sem assistência e sem
carinho vagueiam nas ruas em busca de um pouso.... Enfrentam as
intempéries, expostos a possíveis ações de pessoas inclementes,
cruéis.
Muitos dos nossos conhecidos se queixam
da sensação de incapacidade de fazer o bem. Por vezes se aproximam
e oferecem uma moeda, ou, quando muito um pão, uma roupa, ou prato
de sopa. Mas sabem que esses benefícios se consomem e a necessidade
retorna em breve. Sabem que poucas pessoas se dispõem a abrigar os moradores de rua; a oferece-lhes teto e vida digna.
É exatamente em meio a reflexões como
esta que surge o magnífico trabalho da campanha do quilo. Fundada em
1938 no Rio de Janeiro para recolher donativos de porta em porta para
um lar de crianças carentes, a campanha realizada continuamente nos
dias de folga, sábados, domingos e feriados, provê, quase 70 anos
depois, bens de primeira necessidade a centenas de pessoas fragilizadas, de
crianças, velhinhos e enfermos pobres.
Com saco branco às costas e mochila
nas mãos caminha o legionário pedindo para quem tem para dar a quem
não tem. Com o coração feliz, porque cheio de amor, prossegue o
tarefeiro do bem. A piedade que sente pelo próximo converte-se em
serviço, em ajuda concreta. As mais altas aspirações de sua alma
sensível estão satisfeitas; a consciência está apaziguada.
Realizar a campanha do quilo é um
dever de consciência. Realizar o dever é ter a consciência
tranquila. Ter consciência tranquila, significa conquistar a Paz
Interior.
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