Alguns parecem
pensar que a campanha do quilo é atividade para pessoas que
atingiram certo grau evolutivo. Admitem que os legionários do quilo
são pessoas que conquistaram virtudes como caridade, humildade e
elevação espiritual.
Parecem pensar
também que quem ainda abriga sentimentos egoísticos, acomodatícios ou outros inferiores, quais inveja, rancor
não podem realizar a campanha. Entendem que o trabalhador da
campanha já se libertou de semelhante situação, que são santos ou
anjos.
A verdade, porém é
diferente: a Campanha do Quilo não veio para os santos e anjos. Caso
contrário só existiria em mundos elevados. A Campanha existe na
terra como remédio para os males morais da nossa Humanidade.
O trabalhador do
quilo, ou legionário, como queiram, é uma pessoa esclarecida a
respeito da moral cristã e deseja levá-la para a prática.
Para entender melhor
como a campanha constitui-se em um remédio para seres desejosos de
curarem-se de imperfeições morais é preciso entender a lei de
reencarnação.
Allan Kardec em O
Livro dos Espíritos nos coloca na rota do que é reencarnação e de
quais as provas filosóficas e morais da pluralidade das existências.
Os argumentos do
mestre lionês são de fato fortíssimos; bastante conhecidos. Para os que não acessaram esses textos, recomendamos lerem com
atenção o livro citado, principalmente no item 222 – Ensaio
teórico da pluralidade das existências.
Além da
argumentação de Kardec, podemos citar afirmações de um católico
e de um protestante sobre o tema. Essas afirmações mostram que a
lógica reencarnacionista extende-se muito além da comunidade
espírita.
Senão vejamos:
O conhecido escritor
Will Durand autor de livros sobre filosofia e história, escreveu
sobre a doutrina indiana da reencarnação. Nesse texto, o autor
apresenta argumentos prós e contras a reencarnação. Os argumentos
contrários resumem-se a críticas a respeito da possibilidade de
reencarnação do ser humano em corpos de animais e aos efeitos das
ações presentes em futuras posições no sistema indiano de castas.
Portanto, a Doutrina
Espírita não é atingida pelos argumentos contrários de Durand.
Razoável, portanto reproduzir o texto sem os trechos críticos. Eis
o resultado desta filtragem:
“Somos
reencarnações de nossos ancestrais, e seremos reencarnados em
nossos descendentes (…). O Carma (…) dava ao código moral uma
extensão de aplicação muito maior e mais lógica do que em
qualquer outra civilização.” Na teologia hindu, a alma (…)
aceita o mal como passageira punição e vê no futuro tangíveis
recompensas para a virtude.”
DURAND, Will –
História da Civilização – Nossa Herança Oriental – Livro
Segundo - A Índia e seus vizinhos” - pags. 346/347 – Editora
Record - 2a Edição.
O teólogo
protestante, filósofo, médico , músico alemão e contemplado com o
Prêmio Nobel da Paz em 1954, Albert Schweitzer pronuncia-se de forma
inequívoca a respeito da validade da doutrina reencarnacionista:
“A doutrina
hinduísta (reencarnação – lei do carma) explica melhor a vida do
que a nossa filosofia ocidental.”
Albert Schweitzer
Reencarnação, além
de tudo isso, é a melhor teoria explicativa dos fenômenos de
regressão da memória, das capacidades inatas, dos problemas sociais
e patologias congênitas.
É um tema que deve
ser considerado quando tratarmos de nós próprios e das nossas
atividades.
Em outro artigo,
se Deus permitir, concluiremos nossas reflexões sobre os legionários do quilo e a
reencarnação.