Há alguns raros
espíritas que discordam da campanha do quilo. São, regra geral,
companheiros que sentem-se entusiasmados pela parte teórica e
doutrinária do Espiritismo, mas não conseguem enxergar a majestosa
beleza da prática do Bem.
Sem dúvida o estudo
do Espiritismo não é apenas necessário; é indispensável para o
progresso, no que tange à aquisição de uma fé sólida: da fé
raciocinada.
Somos favoráveis a
estudos aprofundados realizados individualmente e a estudos em grupo
realizados de forma fraterna, racional, aberta e respeitosa.
Mas, a nossa
experiência indica que as tarefas beneméritas trazem um valor
especial à prática espírita e mediúnica: uma vibração fraterna,
assistência de espíritos amigos, que aprovam ações de ajuda aos
sofredores.
Além disso, ações
como passe, desobsessão e outras são tarefas assistenciais, em que
agimos como intermediários e instrumentos dos espíritos amigos que
praticam essas ações beneficentes.
Atuar na
beneficência é, portanto, capacitarmo-nos para integrar grupos de
espíritos socorristas no além, na espiritualidade.
Por outro lado, há
espíritas dedicados a tarefas beneficentes que adotam uma postura
crítica com relação aos outros espíritas que se limitam aos
estudos da Doutrina. Nos surpreendem ao afirmarem que os estudos tem
muito pouco valor e relação à ação beneficente.
Nós trabalhadores
da campanha do quilo e de outras ações beneméritas precisamos nos
conscientizar de que não nos compete avaliar o mérito de quem quer
que seja. Necessário lembrarmos que estamos ensaiando os primeiros
passos no caminho da evolução moral. Deus é o Supremo e Perfeito
Juiz.
Estamos em demanda
da Sabedoria, da Superioridade e posteriormente, da Perfeição. Para
atingirmos um grau espiritual mais significativo é indispensável,
além das tarefas de amor ao próximo, desenvolvermo-nos no
conhecimento das Leis Divinas, pelo estudo e meditação e também no
autoconhecimento, por meio das práticas indicadas por Santo
Agostinho em O Livro dos Espíritos.
Tais condições não
ocorrem em uma reencarnação apenas e sim ao longo de diversas
romagens nos dois planos da existência, enfrentando diversas
tarefas, beneficentes, intelectuais, de comando, de obediência, de
fama, de obscuridade, etc.
Portanto é
necessário compreender que nem todos estão na presente experiência
reencarnatória para cumprir tarefas semelhantes às nossas, que
precisamos em primeiro lugar olhar para nós próprios antes de
avaliarmos os nossos semelhantes e que todos estamos caminhando para
a Perfeição muito distante e não sabemos em que
posição cada um se encontra.
Concluímos que
teoria e prática são indispensáveis e que há momentos em que há
vidas que teorizamos e outras que praticamos, mas o ideal mesmo é
associarmos teoria e prática na mesma reencarnação.
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