"O sentimento mais apropriado a
fazer que progridais, domando em vós o egoísmo e o orgulho, aquele
que dispõe vossa alma à humildade, à beneficência e ao amor do
próximo, é a piedade! piedade que vos comove até às entranhas à
vista dos sofrimentos de vossos irmãos, que vos impele a lhes
estender a mão para socorrê-los e vos arranca lágrimas de
simpatia."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo -
Cap XIII item 17)
O
contato com os sofrimentos alheios pode causar um choque inicial; há
quem não segure as lágrimas. Algumas pessoas não têm coragem de
enfrentar essa situação ou são levadas a sentir emoções fortes e
evitam a visão da dor alheia quando essa dor é grande.
Há
variadas reações conforme os indivíduos. Certamente não existe
uma fórmula universalmente correta para reagir aos impactos
emocionais resultantes da visualização dos sofrimentos. Há
exemplos de pessoas que acabaram por deixar suas ações e exemplos
na História da Humanidade, por adotarem providências brilhantes
diante da dor alheia.
Um
desses belos exemplos é o de Florence Nightindale. Jovem residente
em Londres, de família abastada resolveu , por volta de 1845 quando
contava 25 anos, dedicar sua vida aos enfermos. Essa decisão foi
interpretada como rebeldia, pois que o trabalho de cuidar dos
enfermos era uma tarefa secundária de cozinheiras e prostitutas.
Essas últimas, eram constrangidas a exercer a enfermagem como
castigo.
Florence
incidiu no custo de entrar em choque com a opinião vigente e com
forte reprovação de sua genitora. Ela, entretanto, possuía o
coração transbordante de amor ao semelhante. Havia em seu interior
uma fonte que brotava para a eternidade. Antes daquela existência
terrestre havia “bebido” da água que Jesus ofertara à
Samaritana no poço de Jacob. Conhecera a mensagem do Redentor,
convertera-se ao bem. Supomos que esse contato com o Cristo havia
acontecido séculos antes.
Inicialmente
visitou hospitais e realizou estudos de Matemática e Estatística
com competentes professores. Posteriormente dedicou-se a cuidar dos
enfermos na Guerra da Criméia. Verificou que os feridos eram
tratados com absoluto descuido no item higiene. Antes de iniciar seus
trabalhos, constatou que 60% dos que ingressavam no hospital faleciam
em decorrência dos ferimentos de guerra, Quatro meses após
implantar medidas de limpeza, essas mortes declinaram para algo em
torno de 2%.
Esse
avanço foi constatado numericamente e exposto em relatório com
utilização pioneira de recursos estatísticos qual o famoso gráfico
em formato “pizza”. Com isso convenceu médicos e chefes
militares da eficácia do método de Florence.
Implantou
programa de treinamento. Com um grupo de 38 enfeirmeiras voluntárias
partiu para o Império Otomano em 1854. Em 1857, voltou a Londres por
haver contraído febre tifóide; seu trabalho era de tal forma
respeitado que comentava-se: Florece é quase tão famosa quanto a
Rainha da Inglaterra.
Em
1859 recebeu um prêmio do governo inglês e com os recursos fundou
uma escola para enfermagem no Hospital Saint Thomas.
Quando
em 1910 partiu para o além, deixou um legado de amor e dedicação,
que vem contribuindo para a recuperação de milhões de vidas.
Outros
exemplos poderiam ser citados, como Schweitzer, Madre Tereza, Irmã
Dulce, Elias Sobreira, Divaldo Franco...
O
que podemos constatar é que essas pessoas após aderirem à
prática desinteressada e amorosa do bem, transformam mais
rapidamente suas disposições interiores. Tornam-se brandas, resilientes, afáveis.
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