"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações"
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XVII - item 4.
Abaixo
publicamos uma série de cinco artigos sobre Transformação Moral. Cada um
dos artigos desenvolve um dos blocos de temas abaixo.
Definição
Padrões
morais a serem adotados.
Base
conceitual
Base
conceitual – prática
Vantagens
Autoconhecimento
Melhores
processos
Beneficência
Resultados
esperados
Apêndice
Em
Espiritismo referem-se normalmente à reforma íntima como ação
essencial, como principal produto dos ensinos espíritas. Preferimos
a expressão transformação moral por entender que essa é mais precisa,
mais direta.
Que
definição podemos dar de Transformação Moral?
Transformação
é a ação de modificar de modo significativo. O termo Moral diz
respeito ao modo de ser. Portanto Transformação Moral significa
emendar-se, corrigir-se, reestruturar comportamentos,
condicionamentos psicológicos, elevar os sentimentos, abandonar os
maus hábitos e os vícios. Enfim tornar-se um ser melhor do que era.
Quais
os padrões morais a serem adotados como meta?
A
Transformação Moral requer um modelo a ser atingido. Um ser ideal,
perfeito que nos seja apresentado como padrão. Por ser este texto
dirigido a pessoas que presumivelmente possuem conhecimentos da
Doutrina Espírita, indicamos Jesus como o modelo e guia da transformação e
evolução moral.
Obviamente
não seria razoável pretendemos atingir de uma só vez e em apenas
uma encarnação a perfeição do Mestre. Mas podemos e devemos
seguir o caminho que conduz àquele modelo divino. Providência que
ajuda a nos aproximar do padrão, é adotar mentores intermediários.
Podemos citar como exemplos: Francisco de Assis, Paulo de Tarso,
Santo Agostinho, Bezerra de Menezes e outros. A escolha de um
verdadeiro discípulo do Mestre como mentor nos ajuda a perceber que
é factível, possível seguir a rota do aperfeiçoamento em
direção a Jesus.
Base
conceitual
Além
de seguir as virtudes que Jesus exemplificou e ensinou é necessário,
aliás como pressuposto dessa prática, o conhecimento, o
entendimento de cada virtude a visão da parte moral do Espiritismo
e/ou do Evangelho. É necessário estudar as virtudes e também os
vícios e suas consequências. Conhecendo-os podemos traçar o
caminho a ser seguido.
Neste
aspecto conceitual, o Espiritismo nos fornece verdadeiras joias de
Sabedoria. Vejamos alguns trechos de O Livro dos Espíritos. Nas
citações das questões propostas por Allan Kardec, abaixo, as
respostas dos espíritos estão em itálico.
Vejamos:
“Qual
a mais meritória de todas as virtudes?
Toda
virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na
senda do bem. Há virtudes sempre que há resistência voluntária ao
arrastamento dos maus pendores.
A
sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse
pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais
meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”
(Questão
893).
Nessa
resposta podemos identificar uma definição de virtude: “Há
virtudes sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos
maus pendores.” Esse
texto parece autoexplicativo, por isso, pelo menos por enquanto, não
pretendemos agregar
qualquer comentário.
Com
relação ao vício, podemos colher outras citações do mesmo livro,
para defini-lo. Observemos:
“Postos
de lado os defeitos e os vícios acerca dos quais ninguém se pode
equivocar, qual o sinal mais característico da imperfeição?
O
interesse pessoal. Frequentemente, as qualidades morais são como,
num objeto de cobre, a douradura que não resiste à pedra de toque.
Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a
considerá-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, conquanto
assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas e às vezes
basta que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique
a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa ainda tão rara na
Terra que, quando se patenteia todos o admiram como se fora um
fenômeno.
O
apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade,
porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos
compreende o homem o seu destino.
Pelo
desinteresse, ao contrário, demonstra que encara de um ponto mais
elevado o futuro.”
(Questão
895).
O que caracteriza portanto o vício ou
a imperfeição é o egoísmo, o interesse próprio e o apego às
coisas materiais.
Como confirmação do que expliquei,
destaco, ainda a questão 913, que vou citar apenas a pergunta e as
duas frases iniciais da resposta, mesmo que toda a resposta mereça
nossa melhor atenção.
Dentre os vícios, qual o que se
pode considerar radical?
“Temo-lo
dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os
vícios
e vereis que no fundo de todos há
egoísmo. [...]”
Vale lembrar que a palavra “radical”
utilizada na pergunta 913, não se refere a posições extremistas e
sim possui o sentido de “causador”.
A
infopédia
(http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/radical) informa vários sentidos da palavra “radical”,
dentre os quais “relativo à raiz”, “fundamental, básico”.
Podemos verificar, pelo contexto da pergunta, que a palavra é
relativa à raiz e está posta no sentido de básico, fundamental.
Ou seja, os espíritos informaram que
o egoísmo é o causador de todos os demais vícios.
Cumpre mencionar o orgulho ao lado do
egoísmo como o vício que mais vigorosamente bloqueia o progresso
por causar uma cegueira em seu possuidor a respeito das deficiências
a serem corrigidas. E bloqueia tanto o progresso moral como o
progresso intelectual.
Essa parte conceitual deve merecer
contínua atenção das pessoas que buscam a Transformação
Moral. Além de O Livro dos Espíritos, cumpre destacar como
principal guia nessa busca, O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Ademais, existem muitos textos de valor real que também devem ser
estudados e rememorados sempre. Eis alguns:
- Demais livros de Allan Kardec;
- O Novo Testamento;
- Partes finais de Depois da Morte e
de O Problema do Ser, do Destino e da Dor, de Léon Denis;
- Mensagens psicografadas por médiuns
reconhecidamente de confiança, com destaque para Francisco Cândido
Xavier.
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