domingo, 30 de janeiro de 2011

Pessoas obsidiadas podem fazer campanha do quilo?

Podem, sob certas condições e apenas pacientes de obsessão simples.

Allan Kardec define obsessão simples assim:

"Dá-se a obsessão simples, quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui, a seu mau grado, nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar dos que são evocados." .. " Na obsessão simples, o médium sabe muito bem que se acha presa de um Espírito mentiroso e este não se disfarça; de nenhuma forma dissimula suas más itenções e o seu propósito de contrariar." - O Livro dos Médiuns -  52ª edição FEB.

Neste caso, a pessoa que sofre de obsessão, pode realizar a campanha do quilo, porém, é importante adotar os cuidados recomendados para todos os participantes da campanha com mais atenção, quais sejam:

a) Observar rigorosamente a pontualidade na chegada à campanha;
b) Participar da reunião preparatória, quando é lido "O Evangelho Segundo o Espiritismo", o "Bom Combate" e são feitos criteriosos comentários a respeito dos temas e do comportamento nas ruas;

É recomendável, também, submeter-se a tratamento de desobsessão em centro espírita bem orientado, cujas diretrizes sejam as expostas nas obras básicas e complementares do Espiritismo.

Normalmente, os tratamentos de desobsessão constam de recomendações como leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo, prática da prece, do perdão, abstenção do uso de drogas ilícitas ou mesmo lícitas, melhoria do comportamento, passes, água fluidificada, participação em reuniões públicas doutrinárias.
Nas reuniões de desobsessão, o obsessor é "evocado" e orientado amorosamente a perdoar, ou, conforme o caso, encaminhado para participar de tratamentos e instruções no mundo espiritual que facilitarão sua recuperação.


As vítimas de subjugação e fascinação não devem participar da campanha até que concluam com êxito o tratamento de desobsessão. Isto porque, as atividades da campanha equivalem a trabalho de representação pública do Espiritismo e tal atividade exige independência do pensamento e das atitudes,  além de compenetração dos deveres morais, capacidade de paciência e de perdão, o que, normalmente não existe  nas vítimas de subjugação e fascinação.

A título de recordação, vamos citar a mesma obra do missionário do Espiritismo:
"A fascinação tem conseqüências muito mais graves. E uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe
inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente."
"A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral  ou  corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários. Traduz-se, no médium escrevente, por uma necessidade incessante de escrever, ainda nos momentos menos oportunos. Vimos alguns que, à falta de pena ou lápis, simulavam escrever com o dedo, onde quer que se encontrassem, mesmo nas ruas, nas portas, nas paredes.
Vai às vezes, mais longe a subjugação corporal; pode levar aos mais ridículos atos. Conhecemos um homem, que não era jovem, nem belo e que, sob o império de uma obsessão dessa natureza, se via constrangido, por uma força irresistível, a pôr-se de joelhos diante de uma moça a cujo respeito nenhuma pretensão nutria e pedi-la em casamento."


Conheci há algumas décadas um cidadão portador de subjugação que foi realizar a campanha, após encerrados os trabalhos, o cidadão nos relatou que teve forte vontade de agredir, e por pouco não o fez, irmãos protestantes que contestavam o valor da campanha do quilo.

A essas considerações, pode-se contrapor relatos constantes do livro "O Bom Combate" sobre desobsessões, inclusive vividas pelo próprio Elias Sobreira, que foram curadas principalmente pela participação nas atividades do quilo.
Replico dizendo apenas: tratavam-se de obsessões simples e as vítimas adotaram todas as providências necessárias para suas libertações: oração, vigilância, leitura do Evangelho e participação em reuniões públicas doutrinárias.

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