André Honorato, um trabalhador espírita, nos relatou que, há alguns anos, estava "Quebrando a cabeça" na tentativa de resolver problemas elétricos na Casa dos Humildes - instituição fundada por Elias Sobreira para amparo de idosas. Sobreira, ao observar o desafio que estava sendo enfrentado por André, disse:
"A boa vontade suplanta a técnica".
Em princípio, poderíamos interpretar como existisse uma concorrência entre boa vontade e técnica. Mas há outra forma de entender:
A boa vontade antecede à técnica.
A boa vontade pressupõe espírito de .serviço, criatividade, enfrentamento do risco, exposição à crítica, maior possibilidade de fracasso. Quem, julgue possuir técnica insuficiente, por meio da boa vontade, com o uso de ensaio e erro, procure resolver algum problema, deve dispor de:
a) Capacidade de ouvir críticas sem se agastar;
b) Vontade de servir que supere as limitações do conhecimento;
c) Resiliência - ou seja, capacidade de se recompor diante de decepções e fracassos.
Frequentemente, quem age mais por boa vontade, ainda que possua pouca técnica, envolve o coração no que realiza.
Boa vontade com pouca técnica descobre caminhos que podem conduzir à resolução do problema.
Técnica com pouca boa vontade pode manter um talento paralisado e inútil.
Mas, quando a pessoa possuiu bastante boa vontade procura conhecer a técnica.
Originalmente, é a grande boa vontade dos cientistas, engenheiros, administradores, e outros que cria a técnica. Portanto, a técnica é filha da boa vontade. Quando a técnica surgiu, sistematizou o conhecimento adquirido pela boa vontade e ofereceu-se às gerações futuras para que essas partissem de patamares superiores de ação e serviço.
É por isso que preconizamos o uso da boa vontade e da técnica nos serviços da campanha do quilo, na sua administração, na sua orientação, em seus registros, na formação de seu patrimônio intelectual e histórico. A campanha será mais eficiente quando utilizar as maravilhosas ferramentas técnicas disponíveis, por meio da informática, da comunicação via Internet e de outros meios que Deus nos enviar.
Podemos concluir que, de fato, a boa vontade, se fosse concorrer, superaria a técnica que é sua filha. Isso, contudo, não se dá, precisamente porque a boa vontade "ama maternalmente" a técnica.
Oportuno alertar os que se julguem possuidores de muita técnica que não seria justo que a filha (técnica) menosprezasse quem trabalha motivado predominantemente pela mãe (boa vontade).
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