Estamos chegando em casa após a realização de mais uma Campanha do Quilo. Hoje, durante a reunião preparatória da Campanha, deparamo-nos com o texto de O Evangelho Segundo o Espiritismo: "Caracteres da Perfeição".
Vejamos alguns trechos dessa mensagem:
"Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem em caluniam..."
(...)
" - Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (São Mateus, 5: 44, 46 a 48).
Aqui, evidentemente, Jesus não se referia a perfeição absoluta e infinita detida apenas pelo Pai Celestial, Deus, mas a uma perfeição relativa, atingível pelos espíritos em sua evolução quando chegarem ao pináculo da pureza e já obtiveram todas as virtudes no máximo grau possível.
"Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: "Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem.". Mostra ele desse modo que a essência da aperfeição é a caridade na sua mais alta acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.
Ora alguns companheiros argumentam que o Espiritismo não deveria vincular-se a nenhum grande líder religioso do passado, como Buda, Confúcio, Krishna, nem mesmo a Jesus.
Aassim, dizem, haveria a possibilidade de outros povos com outras culturas com outras religiões assimilarem melhor o Espiritismo. Dessa forma haveria um Espiritismo budista se fosse ensinado em terras budistas um Espiritismo confucionista se fosse ensinado na China, um Espiritismo hinduísta se fosse ensinado na Índia.
Talvez esses companheiros associem o termo cristianismo aos muitos desacertos que aqueles que se diziam seguidores de Jesus cometeram ao longo dos séculos e que portanto nós não deveríamos nos denominar cristãos.
Mas por que então o Espiritismo no início na época de Allan Kardec já vinculou-se ao Cristianismo? Seria por mera conveniência, pelo fato de a França e a Europa serem países cristãos?
Nossa resposta é não. Jesus é o nosso modelo pelo nível evolutivo, pela perfeição dos seus exemplos, pela ausência de erros e de fraquezas pelo status espiritual que Jesus já possuía e evidentemente possui, em plenitude, no seu espírito.
Vejamos o parâmetro de perfeição que nos foi mostrado: amor no mais alto grau, amor que perdoa os inimigos, amor que ama os inimigos ainda mesmo aqueles que nos tenham feito grandes males.
Se o amor como Jesus ensinou é a síntese de todas as virtudes; se o Espírito que adquiriu em plenitude esse sentimento sublime já superou totalmente as fases inferiores da evolução; fases do instinto, das sensações, do egoísmo; o amor aos inimigos é a expressão máxima dessa virtude.
E o máximo exemplo do amor sublime, grandioso até o ponto do amor aos inimigos e de querer o melhor para aqueles que foram profundamente ingratos e cruéis, só Jesus possui.
Vejamos que o Mestre Divino em sua peregrinação aqui na Terra jamais cometeu nenhum mal contra ninguém, mas realizou a virtude no mais alto grau, curando, consolando esclarecendo a todos indistintamente.
O extremo da dor, em meio à ingratidão de beneficiados seus por curas extraordinárias por conforto por terem a esperança renovada em seus corações; ingratidão essa que se expressou por preterirem Jesus a Barrabás por chicotearem o manso Cordeiro cruelmente, por o obrigarem a carregar uma pesada cruz, por cravarem uma coroa de espinhos em sua Santa cabeça por o pregarem numa cruz, enterrando em sua carne pregos, cravos, lança e por o tratarem de forma humilhante e desprezível.
Depois do superlativo, de dores inacreditáveis, de ingratidões e maldades, o Divino Mestre no clímax de seu sofrimento dirigiu-se ao Pai nestes termos: Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem!!
Eis aí a prova máxima da superioridade, inatingível por nenhum mestre, por mais evoluído que fosse que passou por esse planeta.
Eis porque nós o nomeamos: nosso Mestre de amor, o Príncipe da Paz, o Redentor, o Governador do Planeta.
Por isso, e pela revelação dos espíritos, o codificador, Allan Kardec disse que verdadeiro Espírita é espírita cristão, é aquele que caminha nos passos do Mestre, aquele que segue os seus ensinos e seus exemplos.
Por fim, poderíamos pensar que essas palavras implicam em ideias separatistas, sectaristas que venham a menosprezar outras correntes religiosas, mas não é isso que estamos dizendo.
Nem nós, nem muito menos o Mestre Jesus despreza nenhuma expressão de melhoria espiritual que veio à face da Terra; ao contrário muitos dos grandes missionários foram enviados pelo próprio Jesus que é fundador e governador do planeta.
Respeitamos e incentivamos a todos aqueles que seguem o caminho do Bem, quer sejam cristãos, judeus, muçulmanos, budistas confucionistas ou de qualquer outra religião. Todos somos irmãos e cada um filia-se à filosofia religiosa que recebeu de seus pais dos seus professores ou para a qual o seu coração e sua razão o incline.
Todos são irmãos e todos nós estamos direta ou indiretamente vinculados e submetidos ao governo do Cristo.