sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

TRANSFORMAÇÃO MORAL IV



Beneficência

"O sentimento mais apropriado a fazer que progridais, domando em vós o egoísmo e o orgulho, aquele que dispõe vossa alma à humildade, à beneficência e ao amor do próximo, é a piedade! piedade que vos comove até às entranhas à vista dos sofrimentos de vossos irmãos, que vos impele a lhes estender a mão para socorrê-los e vos arranca lágrimas de simpatia."

(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap XIII item 17)

O contato com os sofrimentos alheios pode causar um choque inicial; há quem não segure as lágrimas. Algumas pessoas não têm coragem de enfrentar essa situação ou são levadas a sentir emoções fortes e evitam a visão da dor alheia quando essa dor é grande.

Há variadas reações conforme os indivíduos. Certamente não existe uma fórmula universalmente correta para reagir aos impactos emocionais resultantes da visualização dos sofrimentos. Há exemplos de pessoas que acabaram por deixar suas ações e exemplos na História da Humanidade, por adotarem providências brilhantes diante da dor alheia.

Um desses belos exemplos é o de Florence Nightindale. Jovem residente em Londres, de família abastada resolveu , por volta de 1845 quando contava 25 anos, dedicar sua vida aos enfermos. Essa decisão foi interpretada como rebeldia, pois que o trabalho de cuidar dos enfermos era uma tarefa secundária de cozinheiras e prostitutas. Essas últimas, eram constrangidas a exercer a enfermagem como castigo.

Florence incidiu no custo de entrar em choque com a opinião vigente e com forte reprovação de sua genitora. Ela, entretanto, possuía o coração transbordante de amor ao semelhante. Havia em seu interior uma fonte que brotava para a eternidade. Antes daquela existência terrestre havia “bebido” da água que Jesus ofertara à Samaritana no poço de Jacob. Conhecera a mensagem do Redentor, convertera-se ao bem. Supomos que esse contato com o Cristo havia acontecido séculos antes.

Inicialmente visitou hospitais e realizou estudos de Matemática e Estatística com competentes professores. Posteriormente dedicou-se a cuidar dos enfermos na Guerra da Criméia. Verificou que os feridos eram tratados com absoluto descuido no item higiene. Antes de iniciar seus trabalhos, constatou que 60% dos que ingressavam no hospital faleciam em decorrência dos ferimentos de guerra, Quatro meses após implantar medidas de limpeza, essas mortes declinaram para algo em torno de 2%.



Esse avanço foi constatado numericamente e exposto em relatório com utilização pioneira de recursos estatísticos qual o famoso gráfico em formato “pizza”. Com isso convenceu médicos e chefes militares da eficácia do método de Florence.

Implantou programa de treinamento. Com um grupo de 38 enfeirmeiras voluntárias partiu para o Império Otomano em 1854. Em 1857, voltou a Londres por haver contraído febre tifóide; seu trabalho era de tal forma respeitado que comentava-se: Florece é quase tão famosa quanto a Rainha da Inglaterra.

Em 1859 recebeu um prêmio do governo inglês e com os recursos fundou uma escola para enfermagem no Hospital Saint Thomas.

Quando em 1910 partiu para o além, deixou um legado de amor e dedicação, que vem contribuindo para a recuperação de milhões de vidas. 

Outros exemplos poderiam ser citados, como Schweitzer, Madre Tereza, Irmã Dulce, Elias Sobreira, Divaldo Franco...

O que podemos constatar é que essas pessoas após aderirem  à prática desinteressada e amorosa do bem, transformam mais rapidamente suas disposições interiores. Tornam-se brandas, resilientes, afáveis.




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